quinta-feira, 27 de setembro de 2012

CPMI ampliará investigação sobre finanças da organização criminosa


Disponível também em fredericocattani.com.br.

O mapa das finanças do suposto esquema criminoso de Carlinhos Cachoeira vai orientar os próximos passos da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga o caso. O relator da CPMI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), identificou que R$ 36 bilhões foram recebidos nos últimos dez anos por 75 pessoas e empresas acusadas de envolvimento com a organização.

Há também R$ 1 bilhão movimentado em transferências bancárias que não foram identificadas. Nesse caso, no entanto, os bancos têm a identificação dos envolvidos, mas esses nomes ainda não chegaram à CPMI. Levantamento da CPMI sobre as finanças da quadrilha também identificou que 93% das 553 mil transações feitas em cheque pelos suspeitos não têm a identificação de quem pagou ou recebeu o dinheiro. Só as movimentações anônimas envolvem R$ 2 bilhões.

Odair Cunha disse que está sendo realizado um trabalho específico em busca dessas informações. “Nós temos um problema de acesso às informações do sigilo bancário. É uma força-tarefa específica para solucionar esses problemas. Estamos indo aos bancos, vendo se o banco fez o envio e se, na conversão dos dados na CPMI, teve algum problema ou não.”

Para o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), a comissão também tem outras pendências para resolver, principalmente as relacionadas à construtora Delta, suspeita de integrar o esquema, repassando mais de R$ 420 milhões a 18 empresas de fachada.

“Espero que possamos quebrar o sigilo das 12 empresas laranjas da empreiteira Delta que ainda não tiveram o sigilo quebrado, que possamos ouvir representantes de empresas laranjas que já têm requerimentos para sua convocação e que possamos chegar a outros agentes públicos que receberam financiamento dessa empreiteira.”

Em outra frente, a CPMI trabalha com o Ministério Público Federal para garantir que bens dos acusados de integrar o esquema criminoso fiquem bloqueados pela Justiça para que, futuramente, voltem aos cofres públicos. São 168 bens, avaliados em R$ 140 milhões.

A CPMI do Cachoeira retomará os trabalhos na segunda semana de outubro, depois de ficarem suspensos durante este mês de setembro.

Fonte: Agência Câmara.