segunda-feira, 7 de maio de 2012

Uma visão à crítica



Disponível também em fredericocattani.com.br.

Por Frederico Cattani *


Uma das maiores críticas que podem ser formuladas está na própria compreensão do que é a crítica. 

Para criticar exige-se um olhar de fora, um não intimidar-se em sair da situação dominante, à qual a crítica fraca somente apresenta novas roupagens. Já anotava Boaventura de Souza Santos, "A teoria crítica moderna é subparadigmática, isto é, procura desenvolver as possibilidades emancipatórias que ainda julga serem possíveis dentro do paradigma dominante." No entanto, a dificuldade e a complexidade em buscar um horizonte necessário, conforme as palavras muito bem expostas por Luis. F. Ávila Linzán, vivencia-se na quebra com o estar atual do objeto e a busca em trançar um porvir indispensável. 

Muito acrescem as palavras de Boaventura, o pensamento crítico "partir de uma crítica radical do paradigma dominante tanto dos seus modelos regulatórios como dos seus modelos emancipatórios para com base nela e com recurso à imaginação utópica desenhar os primeiros traços de horizontes emancipatórios novos em que eventualmente se anuncia o paradigma emergente". Criticar não se basta em buscar mudar para manter tudo igual, mas, sem limites ou freios, vislumbrar um novo modelo que substitua ou supere seu antecessor.

 Advogado
Mestre em Ciências Criminais - PUCRS
Especialista em Direito Empresarial - FSG / RS
Professor de Direito Penal e Empresarial da Estácio de Sá - FIB
Membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais - IBCCRIM
Coordenador do grupo de Estudos em Crimes Econômicos - Elucubrações Penal