sexta-feira, 27 de março de 2015

Operação apura fraudes bilionárias na Receita Federal



Uma operação da Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público e a Receita descobriu fraudes bilionárias na Receita Federal. Empresas multadas pagavam propina em troca de redução das dívidas. E o rombo pode chegar a R$ 19 bilhões.

Um cofre abarrotado de dinheiro. Segundo investigadores, os R$ 800 mil foram encontrados em Brasília, na casa de Leonardo Manzan, ex-conselheiro do Carf - o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, do Ministério da Fazenda, última instância administrativa para recorrer de cobranças da Receita Federal.

Leonardo Manzan é genro do ex-secretário da Receita, Otacílio Cartaxo. Outros assessores de Cartaxo estão sendo investigados para saber se agiam por conta própria ou não. Segundo as investigações, consultorias manipulavam o resultado de julgamentos para favorecer empresas multadas pela Receita. Muitas dessas consultorias tinham como sócios conselheiros e ex-conselheiros do Carf, uma espécie de tribunal administrativo que julga recursos.

Ainda segundo as investigações, instituições financeiras, empresas do setor automobilístico e indústrias pagavam propina para que conselheiros anulassem ou diminuíssem o valor de impostos federais. Decisões suspeitas reduziram ou anularam mais de R$ 5 bilhões, que eram cobrados das empresas. E o rombo pode chegar a R$ 19 bilhões.

Foram feitas buscas e apreensões em Brasília, São Paulo e no Ceará. Entre os suspeitos também está Francisco Mauricio Rebello de Albuquerque e Silva, atual conselheiro do Carf. Por telefone, ao repórter da Globo News, Marcelo Cosme, o conselheiro negou fazer parte do esquema.

“Não, não, mas eu não tenho nada a ver com isso”, disse Francisco Mauricio.

Ele é pai do líder do Partido Progressista na Câmara, Eduardo da Fonte, de Pernambuco, que também não quis se manifestar. O deputado é investigado em outra operação, a Lava Jato, que apura desvios na Petrobras. São investigados ainda o conselheiro Paulo Roberto Cortez e o ex-presidente do Carf, Edson Pereira da Silva. As investigações começaram em 2013. A Corregedoria Geral do Ministério da Fazenda vai avaliar a possibilidade de anular resultados de julgamentos que podem ter sido manipulados.

“Essa investigação é uma das maiores, senão a maior investigação de uma organização criminosa especializada em crime de sonegação fiscal no Brasil”, afirma o diretor de combate ao crime organizado da Polícia Federal Oslain Campos.

Fonte: G1.
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